domingo, 30 de outubro de 2011

Pan termina com quebra de recorde de medalhas de ouro

O Brasil fez história neste sábado, último dia de disputa da modalidade nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. Com o ouro de Felipe Kitadai (60kg), a prata de Érika Miranda (52kg) e o bronze de Sarah Menezes (48kg) o país encerrou o evento com 13 medalhas, sendo seis de ouro, três de prata e quatro de bronze. As seis medalhas douradas dão ao país o recorde de títulos do país no evento, superando as edições de 1987 e 2003, quando o judô conquistou cinco ouros. Além disto, o judô masculino brasileiro se consagrou como o único em todas as edições de jogos a subir no lugar mais alto do pódio por seis vezes.

Com as 13 medalhas de Guadalajara, o judô brasileiro acumula 110 medalhas em pans. Maior rival dos brasileiros no continente, os cubanos encerraram a participação no pan atrás do Brasil no quadro de medalhas do judô, com 12 medalhas, sendo seis de ouro, três de prata e três de bronze.

Conquistaram o ouro para o Brasil em Guadalajara Felipe Kitadai (60kg), Leandro Cunha (66kg), Bruno Mendonça (73kg), Leandro Guilheiro (81kg), Tiago Camilo (90kg) e Luciano Corrêa (100kg). Foram prata Erika Miranda (52kg), Rafaela Silva (57kg) e Rafael Silva (+100kg). Os bronzes ficaram com Sarah Menezes (48kg), Maria Portela (70kg), Mayra Aguiar (78kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg).

"Foi uma atuação excelente, mas, queremos sempre mais. Não é fácil, mas com o talento dos nosso atletas e o trabalho dos nossos técnicos tenho certeza que podemos mais. Fiquei muito feliz com o resultado do Kitadai, pois é uma categoria que estávamos buscando há muitos anos um atleta. Tem um potencial muito grande, pois teve a responsabilidade de puxar o país para um recorde. Todos os atletas se superaram", diz o presidente da CBJ, Paulo Wanderley.

O coordenador técnico internacional da Confederação Brasileira de Judo, Ney Wilson, fez um balanço da campanha histórica em Guadalajara.

"Nunca um país ganhou tantas medalhas no masculino numa só edição de pan e está equipe está de parabéns. Os Jogos Pan-Americanos foram um excelente laboratório para este ambiente de Vila e assédio que os atletas vão encontrar nas olimpíadas de Londres 2012. Sobre o feminino, acredito que temos uma equipe para fazer um resultado no feminino melhor do que foi apresentado aqui em Guadalajara, mas não é fácil atingir dois picos de rendimento no mesmo ano. As mulheres foram excelentes no Mundial de Paris, em agosto, e não foram tão bem em Guadalajara", diz Ney.

O ouro de Felipe Kitadai foi conquistado na última luta, do último dia do judô em Guadalajara. O jovem judoca mostrou competência para superar na final o mexicano Nabor Castillo por ippon, diante de um ginásio completamente lotado de torcedores do México.

"É um resultado de muito trabalho. É uma conquista importante demais para minha carreira e, com certeza, agora que mostrei que posso vencer na pan-americana, tenho que pensar em novos territórios. Ainda há muito o que melhorar e é esta busca pela excelência que me move todos os dias", diz Felipe Kitadai.

Na fase classificatória, Felipe Kitadai fez duas lutas. No primeiro confronto venceu o venezuelano Javier Guedes, por ippon. Na semifinal, outro ippon, desta vez sobre o americano Aaron Kunihiro.

Já Erika Miranda também venceu seus confrontos classificatórios por ippon. Na estreia bateu a canadense Laurie Wiltshire e na semifinal venceu a argentina Oritia Gonzalez. Na final, derrota a vice-campeã olímpica Yanet Bermoy, de Cuba.

"Fui com tudo para cima dela e acabei me expondo e sofri o ippon. Infelizmente eu errei", confessa Erika.

Já Sarah Menezes conquistou o bronze com um ippon sobre a colombiana Luz Alvarez. Antes de conquistar o bronze, Sarah Menezes passou por Angela Woosley, dos Estados Unidos, por ippon. Na semifinal, a brasileira foi superada pela cubana Dayaris Mestre.

"Me senti insegura durante toda a competição e, como vim de uma lesão, acabei não lutando bem no Pan", afirma Sarah, que sofreu logo após o Mundial de Paris uma lesão ligamentar no terceiro dedo da mão esquerda.

Lucio Mattos, de Guadalajara

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