sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Guilheiro: Não só eu, mas todo mundo me cobrava uma medalha em mundiais

Campeão mundial júnior (2002) e duas vezes medalhista olímpico (2004-08), Leandro Guilheiro conquistou a prata na categoria meio-médio do Campeonato Mundial de Tóquio, sua primeira em Mundiais Sênior. Subido em outubro de 2009 do peso leve (73kg) para o meio-médio (81kg), este é o seu sexto pódio em sete competições do Circuito Mundial na nova categoria, o que o levou à terceira colocação no ranking mundial. Leandrinho foi bronze no Grand Slam de Tóquio 2009, ouro no Grand Slam de Paris 2010, prata no Grand Prix de Tunis 2010, bronze no Grand Slam do Rio de Janeiro 2010, ouro na Copa do Mundo de São Paulo 2010, só ficando de mãos vazias no Grand Slam de Moscou 2010.
A medalha de Leandro Guilheiro foi a 21a da história do judô brasileiro em mundiais, sendo quatro ouros, quatro pratas e 13 bronzes. Flávio Canto, também no meio-médio, ficou em quinto e Tiago Camilo, no médio, terminou em sétimo ao abandonar a repescagem devido a uma lesão inguinal.
“Não só eu, mas todo mundo me cobrava uma medalha em campeonatos mundiais. Já tive resultado em tudo o que é evento e faltava essa”, diz o judoca santista, que fez em Tóquio fez sua quarta participação na competição chegando pela primeira vez à disputa de medalha. “Num dia em que eu fiz sete lutas, é triste ter morrido na praia. Queria o ouro. Hoje estou chateado, mas com o passar do tempo vou ver que essa medalha é uma conquista realmente importante e que coroou uma boa temporada”, completou o atleta do Pinheiros/SP.
Leandro Guilheiro fez sete lutas até a decisão. Até parar no golden score diante do vice-campeão olímpico 2008 e bronze no Mundial 2009 Jae-Bum Kim (KOR), o brasileiro venceu o vice-campeão mundial de 2005 Francesco Bruyere (ITA), o campeão europeu de 2010 Sirazhudin Magomedov (RUS) e o medalhista olímpico 2004 Flávio Canto, alem de Konstantins Ovchinnkovs (LAT), Alfredo Effron (ARG) e Takahiro Nakai (JPN). Mas foi a luta com Canto que chamou a atenção.
“Somos muito amigos. Tenho oito anos de diferença e nunca na vida pensei que lutaria com o Flávio, muito menos em uma semifinal de Mundial. Quando cheguei na seleção, em 2004, em Atenas, dividia quarto com ele”, diz Leandrinho. “A minha felicidade hoje significaria a tristeza dele. Gostaria que o Flávio tivesse conseguido o bronze para dividirmos o pódio. Ele está com 35 anos, ficou um tempo sem grandes resultados mas o seu retorno esse ano foi impressionante e ele deveria estar orgulhoso do que conquistou em 2010. Gostaria que, se fosse para a gente lutar, que fosse numa final”, completa.
Pela primeira vez, a Federação Internacional de Judô permitiu que os países inscrevessem dois judocas por categoria. A luta foi bastante tática e foi o único combate que Guilheiro não pontuou a partir de um golpe e sim com duas punições de canto. No final, um abraço emocionado entre os dois rendeu aplausos do público.
Na decisão com Kim, Flávio na arquibancada foi um dos principais incentivadores de Leandro em ação. Foi a segunda vez que Kim venceu o brasileiro. A primeira, coincidentemente, foi no Grand Slam de Tóquio em 2009, quando Leandro perdeu para o coreano no golden score da semifinal e conquistou o bronze em sua competição de estréia no meio médio.
Leandro conquistou 300 pontos no ranking mundial, que classifica os 22 melhores para as Olimpíadas de Londres 2012. Com isso, o brasileiro deve chegar à vice-liderança na nova lista.
Os próximos a entrar no tatame no Mundial de Tóquio são Mariana Silva (63kg), Rafaela Silva (57kg) e Bruno Mendonça (73kg). Bruno luta com Wei Liu (CHN), Mariana enfrenta Kylie Koenig (AUS) e Rafaela pega Nae Udaka (JPN).
Manoela Penna, de Tóquio

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